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INTENÇÃO DE CONSUMO CRESCE 1,4%

17.02.2011

Mesmo com todas as medidas do BC (Banco Central) para desacelerar a economia, os consumidores demonstram disposição para gastar. O ICC (Índice de Confiança do Consumidor) subiu 1,4% em fevereiro, segundo a Fecomercio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), ante o mês passado.

Houve alta de 159,9 pontos para 162,2 pontos. O índice também avalia a percepção do comprador sobre a economia do País e engloba a Capital. A pontuação vai até 200, sendo que acima de 100 já representa otimismo.

O assessor econômico da Fecomercio, Guilherme Dietze, afirmou que a alta é reflexo de renda maior e estabilização no emprego. Muitas liquidações no mês também são pilares para esquentar o termômetro.

O cenário segue próximo do bom momento de 2010. Apesar disso, Dietze salientou que o consumidor já sente crédito mais caro neste ano. Reflexo das medidas do BC a fim de coibir elevação de preços.

Os bens duráveis foram os itens que impulsionaram o indicador. "(Os produtos) precisam de financiamento de longo prazo. E esse é o momento ideal para se comprar, porque os preços estão lá embaixo", aponta o economista, em referência às queimas de estoque.

Porém, Dietze ponderou que a tendência é que, com a substituição dos produtos para a linha de 2011, somado às práticas econômicas do governo - para pesar os financiamentos - a pontuação poderá cair. "A inflação está nos alimentos. O consumidor vai ter que manter essa despesa e realocar de outro local, impactando nos bens duráveis." Mesmo assim, item que compõe o ICC indica que o consumidor estima confiança para todo o ano.

GRANDE ABC

Compradores da região também estão otimistas. O presidente da Acid (Associação Comercial e Industrial de Diadema), Gildo Freire, delineia bom momento até o fim do ano. “Temos boom nos investimentos imobiliários. Está astronômico”, pondera.

Já o representante da associação de Santo André, Sidney Muneratti, projeta que o cenário positivo do Grande ABC irá mudar a partir de julho. Para ele, neste período pode haver maior reflexo das práticas econômicas do governo.

Para ele, o primeiro semestre tem feriados que favorecem o mercado. O que mantém a confiança em alta. “Iremos em sequência até o Dia das Mães. Mas não vamos sofrer impactos brutais, seja no consumo, seja na produção”, contrapõe.

 

VENDAS A PRAZO - Os lojistas consultaram mais o SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito) nos primeiros 15 dias do mês. A procura cresceu 11% ante o mesmo período do ano passado, nas consultas de financiamentos.

Porém, o resultado expressivo se deu em razão da base fraca de comparação. Em 2010, o Carnaval fez com houvesse evasão de moradores da Capital. Assim, o ritmo de consumo caiu muito no mês.

O economista da ACSP (Associação Comercial de São Paulo), Marcel Solimeo, destaca que, independentemente do fator calendário, a margem de ritmo seguiu em 6%. “Estamos em ritmo mais lento do que no ano passado, que terminou entre 10% a 12% (nas consultas).”

Apesar da desaceleração, Solimeo aponta que isso decorre da iniciativa do BC para conter a inflação. Ele sustenta que os prazos hoje estão mais enxutos e, com isso, há entrave no consumo.

O economista trabalha com a hipótese de que possa haver manutenção desse percentual ao longo de todo o ano, com quedas pouco expressivas no percurso. Contudo, só será possível projeções mais precisas após o Carnaval. “A economia crescerá de forma plena após esse período.”

As consultas mensuradas pelo SCPC/cheque – com avaliação de pagamento à vista – também subiu. A elevação de 15,1% para a primeira quinzena é resultado da mesma base de comparação tímida. Descontando a influência de calendário, o ritmo para a modalidade variou 10,9%. VG

 

COMÉRCIO ON-LINE - O índice e-Flation, que analisa a inflação de produtos no comércio on-line registrou deflação em janeiro. Houve recuo de 3,4% no comparativo com dezembro – quando a inflação foi de 1,1% – que negativou os preços em 2,4%.

O indicador é desenvolvido pelo Provar (Programa de Administração do Varejo), da FIA (Fundação Instituto de Administração), em parceria com a Felisoni Consultores Associados. O objetivo dos balanços é acompanhar tendências de variação de preços no mercado pela internet. Para a avaliação, são considerados os produtos mais anunciados e procurados nos sites.

Os eletroeletrônicos pesaram mais, recuando 6,3%, seguidos pelo grupo perfumes e cosméticos, além de telefones e celulares – baixa de 4,2%. Já os itens de cine e fotos declinaram 2,4% e os de informática 2,2%.

Apesar das quedas, brinquedos foram os produtos com maior reajuste no período – 3,3%. CDs e DVDs subiram 2,1%, seguidos pelos livros, 2%. Eletroportáteis variaram 1,7%. Itens da linha branca, como fogões e micro-ondas, aumentaram 1,4% no mercado on-line, além dos medicamentos, que acumularam 0,5%.

Para o presidente do Provar, Cláudio Felisoni, até mesmo as compras coletivas tiveram papel na variação, amplificando a deflação. A modalidade de compra estimulou a concorrência, derrubando preços. Mas ele destaca que as baixas são tendência. Isso porque o comércio na internet trabalha com margem mais estreita de lucros, em razão de o perfil consumidor ser parecido, buscando os mesmos produtos e pesquisando bem para comprar mais barato.

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