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BUSCA POR ALUGUEL CRESCE 20% NA REGIÃO

01.02.2011

Mesmo com o aumento na oferta de venda de apartamentos e financiamentos no Grande ABC, a procura por locação de imóveis segue forte na região. Segundo imobiliárias consultadas pelo Diário, apenas no primeiro mês de 2011 a busca por espaços disponíveis para alugar teve alta de 20%, comparado ao mesmo período do ano passado.

O prazo de vacância (tempo de espera para locação) também encolheu frente a janeiro de 2010, caindo de 30 dias em 2010 para até sete dias no mês passado em áreas centrais. Em média, o tempo de espera tem variado entre 15 e 30 dias em espaços menores e em bairros pouco mais afastados.

Apesar da procura intensa, as imobiliárias garantem que os preços não sofreram alteração neste início de ano - conforme aconteceu na Capital (veja mais abaixo) - e os contratos são fechados pelos mesmos valores do fim de 2010.

Um apartamento de dois quartos, por exemplo, sai por cerca de R$ 1.300, enquanto um com três dormitórios custa de R$ 1.300 até R$ 1.800. Já quem procura imóveis mais tradicionais e com amplo espaço precisa mexer no bolso para garantir o local.

"Uma casa de padrão superior, em um condomínio fechado, por exemplo, custa cerca de R$ 2.000, mas a procura por esse tipo de imóvel demora um pouco mais do que os outros", conta Simone Manfrinato Andreta, diretora comercial de uma imobiliária de São Bernardo.

A executiva completa que até aqui quase 50 contratos foram fechados pela imobiliária e o mês caminha para ser um dos melhores da história."Os proprietários até se surpreenderam com tamanha rapidez de locação", diz.

Em São Caetano o panorama não é muito diferente. A cidade, que tem um dos melhores IDHs (Índices de Desenvolvimento Humano) do País, registra vacância de espaços de sete até 30 dias, regra que também se aplica para prédios comerciais. "Se a sala for boa, estiver bem montada, ela não fica nem sete dias fechada", explica Aparecido Viana, proprietário de uma imobiliária.

Ele completa que apartamentos de dois dormitórios com armários embutidos são os que saem mais rápido entre os clientes. "Você tem um espaço menor já decorado com mobília que cabe perfeitamente nele. Isso é um diferencial que conta muito na hora de alugar", pontua.

Para o presidente do Secovi-SP (Sindicato da Habitação), João Crestana, a demanda por aluguéis segue aquecida, mesmo com o boom imobiliário, porque há divisão ainda entre compra e locação. "Fica 50% a 50%. Tem quem prefira imóvel como maneira de investir, mas quem prefira alugar para ter a praticidade de ficar perto do trabalho, por exemplo. Isso faz com que o público siga forte nos dois setores", conclui.

Expectativa é de que preço dos imóveis fique estável em 2011

O tempo de euforia imobiliária e de lançamentos sendo vendidos em pouco mais de uma horas deve ficar para trás, em 2010. Pelo menos é o que indicam especialistas do setor ouvidos pelo Diário.

Com preços mais altos - em média um apartamento na região custa R$ 170 mil - muitos consumidores pisaram no freio e têm pensado muito antes de fechar negócio. Mesmo com a possibilidade de pagar os espaços com financiamentos a perder de vista, o presidente da Acigabc (Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradoras do Grande ABC ), Milton Bigucci, acredita que o crescimento das vendas neste ano será mais modesto do que em 2010. "A expectativa para 2011 é que o volume de aumento de vendas não tenha a mesma velocidade de 2010, o investimento em imóveis ainda é o melhor que existe e os preços agora tendem a ficar mais estáveis."

Para João Crestana, o ano de 2010 foi de euforia porque muitos lançamentos previstos para 2009 foram represados por conta da crise financeira internacional e culminaram no mesmo momento em que foi posto maior valor de crédito imobiliário na praça.

"É normal que um empreendimento leve até oito meses para vender e agora o prazo normal deve voltar a valer. Os preços chegaram no topo, no limite, e agora o tempo médio para a venda será maior. Com isso, haverá pequenos ajustes na tabela de valores tanto para mais, em locais com maior procura, quanto para menos, dependendo da localização", explica.

Valor de reajuste do contrato sobe até 11,32% na Capital

Dados do Secovi-SP mostram que o mercado de locação residencial encerrou 2010 com aumento no valor dos contratos em andamento e nos realizados. Para acordos indexados ao IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado) com aniversário neste mês de janeiro, o reajuste foi de 11,32% (correção pelo IGP-M de janeiro a dezembro).

Já nos contratos novos realizados no último mês de 2010, percebeu-se aumento médio de 1,9% para casas, sobrados e apartamentos. De acordo com o departamento de economia e estatística do Secovi, a alta acumulada durante todo 2010 foi de 13,4%, percentual não muito superior ao da variação do IGP-M referente ao mesmo período (11,32%).

Os imóveis de um quarto foram os que mais subiram em dezembro: 3,5%, enquanto os de dois dormitórios tiveram aumento bem mais modesto, de 0,8%. As unidades de três quartos tiveram acréscimo da ordem de 1,3%. (da Redação)

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