ACIGABC

Notícias

CONSTRUTORAS APOSTAM EM UNIDADES JÁ MOBILIADAS PARA MANTER AS VENDAS

13.05.2015

10/05/2015 - 01h30 | Camila Toledo
Colaboração para a Folha

Comprar um imóvel já mobiliado pode ser uma opção para quem quer economizar tempo e, dependendo do caso, até dinheiro. Só que é preciso estar disposto a abrir mão da exclusividade, já que não é possível opinar na decoração do apartamento.

Construtoras e imobiliárias têm recorrido a essa mobilidade para tentar manter as vendas. O "kit mobiliário" inclui armários, pisos, eletrodomésticos, entre outros.

Um dos apelas é a agilidade: cerca de 60 dias após a entrega das chaves o apartamento está pronto para morar.

"As pessoas, muitas vezes, não têm tempo e paciência para gerenciar uma obra quando recebem o apartamento", diz Alexandre Lafer Frankel, presidente da Vitacon. A construtora trabalha com o kit mobiliário desde o ano passado.

Para Eduardo Nardelli, presidente AsBEA (Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura), o imóvel mobiliado é útil porque muitas vezes a pessoa gasta todo o dinheiro adquirindo o apartamento e fica sem verba para decorar - o valor da decoração pode ser incluído no parcelamento da casa.

Uma desvantagem, aponta ele, é que o comprador acaba preso ao padrão estético que a construtora impõe.

"É engraçado pensar que quando a pessoa terminar de pagar o apartamento e a mobília, provavelmente os imóveis serão outros", diz Nardelli.

Paola Alambert, diretora de marketing da imobiliária Abyara Brasil Brokers, também vê com cautela o cenário. "Essa questão de decorar o imóvel vem da nossa cultura. Nossa experiência de mercado diz que o brasileiro quer exclusividade", diz.

SOLTEIROS E INVESTIDORES

Com tamanhos que costumam variar entre 30 m e 100 m², os apartamentos novos mobiliados têm como público-alvo solteiros que adquirem o local para morar. Além deles, investidores, que compram o imóvel para locação, também são vistos como potenciais compradores pelas construtoras.

"O público é de pessoas urbanas e que querem praticidade acima de tudo", diz Frankel.

Para Alambert, os imóveis mobiliados são uma exceção à regra. "Eles existem, mas funcionam melhor para quem compra para investir", afirma.

Os serviços, no entanto, moram o médio padrão. A arquiteta Fernanda Marques, que firmou parceria com a Vitacon e a Brookfield, diz ter olhado para os novos integrantes da classe C.

"Esse público almeja o mercado de luxo, mas não tem recursos para contratar um profissional exclusivo", explica ela.

No kit da arquitetura há marcas como Ornare, Dell Anno e Casa Fortaleza. Ela diz conseguir um valor 30% abaixo do mercado nos imóveis. Com o projeto incluído, sai por cerca de R$ 50 mil.

últimas notícias