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MERCADO IMOBILIÁRIO VALORIZA ÁREAS ARBORIZADAS

30.04.2015

Reportagem explica que moradores paulistanos procuram por áreas que, além de boa localização, sejam arborizadas. Uma das mais escolhidas por eles é a região do parque do Ibirapuera. Entenda mais abaixo.









Mercado imobiliário valoriza áreas arborizadas


Proximidade do Parque do Ibirapuera atrai moradores e faz preços aumentarem

Edilaine Feliz

O Parque do Ibirapuera é um cartão postal da cidade de São Paulo. Inaugurado em 1954, a área com mais de 1,5 mil metros quadrados atrai interesse não somente de quem busca lazer e cultura, mas também do mercado imobiliário e daqueles que desejam morar nas imediações de uma das áreas mais valorizadas na capital paulista.

Os bairros que circundam o Parque do Ibiruapuera são conhecidos pelas casas e apartamentos luxuosos e também pelos altos preços do metro quadrado, dada a valorização da região.

Levantamento realizado pela imobiliária Abyara Brasil Brokers aponta que o preço mediano geral dos imóveis em estoque nos bairros do Brooklin, Itaim Bibi, Jardim Paulista, Vila Olímpia, Moema, Paraíso, Vila Mariana, Vila Clementino, Vila Nova Conceição e Campo Belo, situados ao redor do parque, foi avaliado em R$ 14.680.

Nos últimos três anos foram lançados 7.367 mil novos apartamentos na área, com valor geral de vendas (VGV) de R$ 8 bilhões, sendo que 32% estão em estoque, segundo o estudo.

Segundo o vice-presidente da Abyara, Bruno Vivanco, regiões no entorno de parques, de áreas verdes são bastante valorizadas em todo o mundo. "Assim acontece em Nova York, nos arredores do Central Park. É a lei da oferta e da procura. Muitos querem morar na região, o valor sobe", diz.

Vivanco lembra que o local não é apenas "bem servido" pelo parque mais famoso da capital, há também uma completa infraestrutura de transportes e serviços, com linhas de metrô, no bairro do Paraíso e Vila Mariana, por exemplo.

O executivo da Abyara lembra que nos arredores doparque ainda é possível encontrar áreas zona 1 - estritamente residencial, com edificações de no máximo três pavimentos, mas que concentra casas -, como o Jardim Lusitânia, a 300 metros do Ibirapuera.

"A vizinhança do parque compõe um bolsão de altíssimo padrão", diz. Mesmo sem oferta de terrenos para novos empreendimentos - um dos últimos nas proximidades do parque está na Rua Curitiba, já vendido -, os imóveis da região são altamente competitivos.

No entanto, Vivanco ressalta que este é um momento da economia que ninguém quer fazer grandes investimentos, como é o caso da compra de um imóvel. "O mercado imobiliário sofre e essa região sobre mais ainda em decorrência do alto valor do metro quadrado local. Esse é um epicentro de valorização", diz.

Preciosidade. O cobiçado espaço localizado na RUa Curitiba já tem dono. Ele pertence a Brookfield Incorporações e lá será lançado, em meados deste ano um empreendimento residencial. "Esse é o último terreno com vista para o parque", diz o diretor de negócios de São paulo, Ricardo Laham.

Segundo ele, o projeto já está aprovado e o empreendimento deverá ter unidades com metragens de 180, 320 e 700 (cobertura) metros quadrados, avaliado em torno de R$ 30 mil c m².

Para Laham, além da falta de terreno na região, com o Novo PLano Diretor, esse tipo de projeto - com unidades maicres e a necessidade de mais vagas de garagem, por exemplo, não poderá mais ser aplicado na capital, uma vez que o plano limita a quantidade de vagas.

O executivo ressalta que empreendimentos muito valorizados serão sempre sucesso de venda e locação. "As zonas de valor mudam, mas o comprador ainda busca a centralidade e bairros como Ibirapurera, Jardins e Vila Mariana. Além de ter o parque como vizinho, ele tem acesso à Avenida Paulista e as linhas de metrô. O entorno é o maior contribuinte para a valorização dos bairros", diz.

Os imóveis comerciais também têm grande aceitação nessas áreas e o motivo, segundo Laham é o mesmo dos residenciais: localização, infraestrutura e deslocamento facilitado.

No ano passado a Brookfield lançou um empreendimento comercial na Vila Clementino, a Art Work, em um terreno de 2.827 metros quadrados, que oferecerá 207 escritórios e consultórios de 38 m² a 542 m². "Terreno com boa localização é o ativo mais importante de uma empresa de construção", diz.

Lindeiro. Ter o parque do Ibirapuera a apenas quatro quilômetros de casa é um privilégio para a bancária Andréia Gomes, de 41 anos. Moradora da Vila Clementino desde 2010, embora não seja frequentadora do espaço de lazer ela reconhece as facilidades da região.

"Eu buscava mais facilidade de locomoção, queria estar mais perto do metrô e da escola do meu filho e consegui aqui", diz. Andréia morava em um apartamento de 92 metros quadrados e comprou uma unidade de 80 metros quadrados, avaliado em cerca de R$ 800 mil.

Ela conta que não pensou na valorização do imóvel e na época não achou que a metragem média estava muito acima da média, entre R$ 10 mil e R$ 12 mil. "Eu queria uma boa localização, e a comodidade de estar a 700 metros do metrô foi fator determinante", destaca.

Hoje, Andréia diz que descobriu a região e já utiliza a infraestrutura de serviços local. Em relação ao parque, ela conta que passa por ele quase diariamente, mas nem ela, nem o marido, nem o filho costumam ir ao parque. "Não frequento o parque por que sou muito preocupada com a segurança, mas é bom saber que ele está aqui do lado."

De acordo com o levantamento, as regiões mais nobres próximas ao Parque do Ibirapuera na capital são Vila Nova Conceição, Paraíso, Campo Belo, Itaim Bibi e Moema. O estudo mostra que a renda média domiciliar nesses bairros ultrapassa o valor de R$ 20 mil por mês. Na Vila Nova Conceição, por exemplo, ela é de R$ 25 mil mensais.


Morador paulistano procura produto bem localizado

Para o CEO da Vitacon, Alexandre Lafer Frankel, o morador paulistano valoriza morar perto do trabalho, da escola dos filhos e também do lazer, o que inclui uma localização nos arredores do Parque Ibirapuera.

"A valorização nessa área recebe até 20%, diz Lafer, que destaca dois públicos distintos nessa região: o solteiro, que busca o tipo estúdio e um dormitório, e a família com até dois filhos, idade entre 30 e 45 anos, que busca um apartamento bem localizado, mas compacto.

"Atendemos esse produto que tem grande apelo e aceitação do mercado. Temos alguns terrenos em processo de aprovação nos bairros nos arredores do Parque do Ibirapuera", diz o executivo. No bairro dos Jardins a construtora tem três empreendimentos, todos entregues, sendo um deles comercial, um conjunto de lofts e estúdios com metragem a partir de 32 metros quadrados e outro com apartamentos de 49 e 116 metros quadrados; unidades com um e dois dormitórios.

O empreendimento no bairro da Vila Mariana está em construção e terá apartamentos com metragem média de 49 metros quadrados e 116 m² e unidades de um e dois dormitórios e dúplex.

"Na Vila Mariana, o preço médio do metro quadrado está entre R$ 10 mil e R$ 12 mil e no Jardins, entre R$ 16 mil e R$ 20 mil, afirma Frankel.

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