VENDA DE CARRO ZERO DESPENCA
As vendas de carros zero-quilômetro tiveram forte queda em fevereiro, apontam os dados de levantamento da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) divulgados ontem. Somando os números de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus comercializados no mês, a retração foi de 24,5% ante janeiro e de 5% na comparação com fevereiro de 2012.
A volta gradual do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) influiu para a redução nos emplacamentos de automóveis, segundo a Fenabrave. Durante o ano passado, carros 1.0 tiveram isenção desse tributo e agora, no primeiro trimestre, a alíquota subiu para 2%. No segundo trimestre, o IPI dos veículos populares irá a 3%. Se não houvesse o incentivo do governo, voltaria ao patamar de 7%.
Segundo o presidente executivo da federação, Alarico Assumpção Júnior, no caso de automóveis e comerciais leves, os concessionários ainda tinham, em janeiro, estoques sem a incidência do IPI e, em fevereiro, essa situação não se manteve.
Além disso, os dias úteis a menos e o feriado também atrapalharam. "O mês é curto. No ano passado, fevereiro teve 29 dias. E o Carnaval tem influência muito grande, desta vez foi no meio do mês", ressalta o presidente do Sincodiv-SP (Sindicato das Concessionárias e Distribuidoras de Veículos Automotores no Estado de São Paulo), Octávio Vallejo.
OTIMISMO - Apesar da forte queda em fevereiro, concessionárias da região mantêm otimismo de que março mostrará reação nas vendas. Um dos fatores para que isso ocorra é a elevação da alíquota do IPI a partir de 1º de abril. Isso deve servir de estímulo para que os consumidores interessados em trocar de carro fechem negócios neste mês.
Rodrigo Santos, gerente de loja da marca Ford em Santo André, assinala que existe fila de espera para alguns modelos, como o Fiesta 1.6 e o EcoSport com câmbio automático. Nesse último caso, a demora para receber o carro ultrapassa 60 dias, ou seja, o comprador terá de arcar com valor mais alto, já que o desconto do IPI terá diminuído.
Algo que pode colaborar para melhorar as comercializações de zero-quilômetro é que as concessionárias estão começando a pagar um pouco melhor pelo usado, como parte de entrada na compra financiada. É o que afirma Márcio Francisco da Silva, gerente operacional de loja Fiat em Diadema. Isso porque, como o preço do novo subiu (com a retirada gradual do imposto), o seminovo também tende a se valorizar. "Aí as pessoas ficam animadas para trocar de carro", afirma.
